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A diarista---BVIW

 

Lourdes era muito prendada. Tudo que fazia era pelo lado perfeccionista. Passava uma roupa a ferro com um capricho de dar inveja! Fazia todo serviço com amor e dedicação. Costuma-se dizer que é recíproco o fato das coisas darem certinho. Lourdes se sentia amparada e reconhecida pelo que fazia. Seus patrões a tratavam como amiga. Acompanhou o patrão desde antes dele se casar. Deu sorte da esposa escolhida por ele, também reconhecer seu valor. Até o filho da patroa - um jovem advogado - gostava muito dela. Uma casa administrada com carinho entre todos, só podia dar bom resultado. 

 

Uma diarista acolhida como membro da família, sabe que ninguém vive sem precisar uns dos outros. Lourdes era - como diz a expressão - “pau pra toda obra". Mas nem sempre estava trabalhando. Tinha lá suas horinhas de descuido em conivência com os patrões. Na casa alugada no Guarujá pelos patrões e alguns amigos, às vezes organizavam  um churrasco com direito a conjunto musical, e aí a batucada rolava solta numa confraternização geral. Era nessa hora que Lourdes e todos os familiares dos patrões se entregavam ao lazer. Juntos e misturados, arriscavam uma cantoria e uns passinhos de dança descontraídos. Afinal, "somos todos iguais, braços dados ou não - quem sabe faz a hora, não espera acontecer". 

 

Tema: Horinhas de descuido.

Daisy Zamari
Enviado por Daisy Zamari em 03/07/2024
Alterado em 03/07/2024


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Imagem de cabeçalho: inoc/flickr