Dona Jurema não perdia o dia de feira por nada deste mundo. Todas as quintas-feiras, movida pelo desejo de abastecer sua geladeira com frutas e legumes fresquinhos, ia pelas ruas empurrando seu carrinho toda feliz! Chegava a cantarolar baixinho alguma canção que as rádios repetiam diariamente até o ouvinte se acostumar ou decorar a letra. Em uma dessas idas, reparou numa mulher magra sentada embaixo de uma marquise. Não era pedinte, pelo contrário, distribuia sorrisos e palavras de incentivo. O que deixava as pessoas intrigadas era a naturalidade dela. Dava para perceber se tratar de uma pessoa refinada, embora suas vestes fossem modestas. Também não se tratava de não ser boa da cabeça, ou seja, falava coisa com coisa. Quando chegava a hora da feira ser desmontada, ela levantava e ia embora.
Até que um dia, dona Jurema decidiu falar com a mulher misteriosa.
- Bom dia! Qual é o seu nome?
- Preciosa.
- Percebi que a senhora fica sentada aqui toda as quintas-feiras.
- Sim, disse a senhora, gosto de distribuir gentilezas.
- O que a senhora ganha com isso?
- Conforto de alma. Sofri algumas perdas na vida mas tenho ganhado muita luz e paz. Cada palavra trocada com um estranho, é um constante aprendizado. A vida é como Deus pregou! - disse ela: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
- Simples assim...
Tema: O doce da vida.