Foi como um trovão o barulho que Arlete escutou vindo do quintal da sua vizinha Dora. Gritou por socorro antes mesmo de averiguar do que se tratava. Coitada da vizinha, sofria dos nervos e isso foi o pior que poderia ter acontecido na vida dela. Vidros das janelas estilhaçados, parte da parede vindo ao chão e quando foram ver o acontecido, só restavam destroços de um avião de pequeno porte estraçalhados no gramado. Dora chorou compulsivamente até a chegada da polícia e seus técnicos para avaliação completa do acidente. Pobre piloto, nada puderam fazer, morreu no local.
Foram meses de investigação. Pela demora, daria para construir uma nova casa. Enquanto aguardava resolver seu problema, ofereceram a Dora um quarto de hotel onde só coseguiu levar alguns pertences. Cobrava constantemente a resolução, mas nada! Espera um pouco mais - era o que ouvia dos investigadores. Cansou! Deu como perdida sua casa adquirida com muito sacrifício. O sofrimento minou sua vida e não deu mais para ela esperar. Foi se juntar ao piloto e quem sabe obteve dele o motivo desse trágico acidente. O tempo é implacável, corre a revelia. Quando você vê, já é tarde demais! Não dá para esperar...
Tema: Espera aí.