Catarina era uma menina sonhadora. Tinha por hábito andar com um caderno e uma caneta a tiracolo. Qualquer fato inusitado era motivo de registro. Cresceu com esse hábito até o dia que se tornou uma linda moça. Um dia, sem que percebesse, um estranho sentou-se ao seu lado no banco da praça. Ficava tão absorta nas suas anotações que esquecia do mundo a sua volta. Quando se deu conta, o homem olhava fixamente para seu caderno.
- Gosta de escrever? - Perguntou para puxar assunto.
- Sim, gosto muito. - Ela respondeu.
- Se importa de mostrar o que escreve?
"Porque mostraria minhas histórias para um estranho...."
- Quem sabe minha opinião a incentivaria tornar-se uma escritora famosa.
- Escrevo fatos do cotidiano, meus e de muitas pessoas.
- Ótimo! Assim nasce um escritor!
Catarina ficou pensativa e tentada ao mesmo tempo. Resolveu ceder e entregou o caderno. Por alguns minutos o homem se concentrou na leitura sem dizer uma só palavra. Para quebrar o silêncio, Catarina perguntou:
- Qual é o seu nome?
- Pedro, me chamo Pedro - Disse sem desviar os olhos do caderno.
De repente fechou o caderno produzindo um estalo e disse: Uma leitura atraente e interessante. Fatos de uma vida repleta de emoções e sucessibilidade. Acredite! Seu caderno daria um belo livro.
Tema: Vida lida.