Há muito se discute o modo de agir das pessoas em geral. Uns usam mais a razão enquanto outros usam o coração. Não tem regra. Vai de cada um e da ocasião. Certa vez presenciei uma discussão acalorada na fila do supermercado. O clima ficou tão tenso que foi preciso chamar o gerente. Uma senhora de idade avançada passava suas compras no caixa vagarosamente, obedecendo seus limites. Por direito ela já nem deveria fazer essa tarefa. Atrás dela, uma moça impaciente começou agredí-la com palavras pesadas reclamando da demora. Consequentemente o resto da fila atrás da moça defendia a velha senhora. A discussão tomou uma proporção de guerra e quase vi uma cena de filme pastelão onde a falta da razão impulsiona o ser humano atirar coisas uns nos outros.
O mundo está completamente fora do prumo. Muitos problemas se misturam com a falta de paciência e a intolerância é notória. Parece que a pressa é o meio de resolver todos os problemas. Nem sempre os minutos a mais que somos obrigados obedecer, fazem alguma diferença. Comparando esse pequeno incidente com as tragédias volumosas causadas pelas catástrofes que a natureza revoltada mostra ao homem - único responsável por tantos maus feitos -, fica provado que só aprendemos a nos controlar, quando vivemos o extremo de uma situação. Ainda bem que nessa hora o coração solidário se manifesta e desperta a razão, dando-nos a oportunidade de lavar a alma com as lágrimas do desepero.
Tema: Quando a razão foi embora.