Não sei se vocês já fizeram uma retrospectiva da própria vida, eu tenho esse hábito de vez em quando.
Voltando à minha infância, guardo na memória as valsas vienenses que minha mãe adorava ouvir. Tínhamos uma rádio vitrola na sala e os discos com os mais variados cantores da época, completavam a coleção. Com o tempo, minha mãe que sempre foi uma mulher à frente do seu tempo, passou a admirar outros ritmos nas vozes de Jessé, Emílio Santiago e até Gabriel Pensador.
Casei-me com um homem que respirava música. Tinha na memória letras que eram verdadeiras poesias. Daí pra frente incentivou nossos dois filhos a aprender tocar violão. Eles tocavam e o pai cantava. Meu caçula aprendeu bateria e toca até hoje. O mais velho é um batuqueiro nato! Onde tiver uma timba, um violão e um pandeiro, pode apostar que ele está lá.
Na época do carnaval, minha cidade Santos tinha um desfile intitulado: "Dona Dorotéia vamos furar aquela onda?". Meus filhos e amigos criaram uma marchinha para desfilar no bloco que eles fundaram: "As conquistadoras". A sede do bloco era na minha casa.
Meu caçula, exímio percussionista, fez parte de algumas bandas famosas na nossa cidade e como tudo que leva à música, foi dono do famoso Torto Bar - convido a quem interessar pesquisar a respeito. Sempre na área da cultura, continua sua jornada de trabalho até hoje.
Enfim, eu que sempre fui levada a apreciar música, não vivo sem ela! Complemento esse resumo de vida, culpando a música como a maior incentivadora da minha alegria de viver.
Tema: Culpa da música