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Fugindo do aperto-BVIW

Ela estava cansada da vida que estava levando. Despertava todos os dias abatida, com a sensação que não tinha dormido a noite toda. Ficou sentada na beira da cama, pensando na possibilidade de transformar essa prostração em algo novo. Entrou no chuveiro de cabeça e tudo, para refrescar as ideias. Vestiu uma roupa confortável e saiu sem destino pelas ruas e avenidas. Vez ou outra parava numa praça, sentava-se nos bancos convidativos para o relaxamento. Logo agitava-se à continuar caminhando. Afinal o tempo não para e a vida corre a passos largos.

Entrou numa estradinha estreita e avistou um lindo caramanchão. Aquela imagem aquietou seu espírito agitado. Sem querer, seu pensamento voltou ao passado. Quis reviver os momentos felizes que um dia experimentara. As flores do caramanchão reportou as que muitas vezes lhe ofertaram. Sonhou acordada que se passasse por dentro daquele recanto convidativo, chegaria bem perto do céu... Lá encontraria seus grandes amores, pai, mãe, marido e poderia receber deles o abraço bem caloroso que estava precisando. Saiu daquele devaneio assim que ouviu um carro de som espalhafatoso acordá-la. Indignou-se com o barulho!
Saiu batendo pernas pra que te quero, cada vez mais depressa, para finalmente se livrar daquele estraga prazeres sonoro.

Acordou para vida real. Com o coração apertado, a saudade machucando, as lágrimas derramadas involuntariamente, ficou só um pouquinho conformada. Chegou a conclusão que tinha muito mais a agradecer do que lamentar. Afinal, estava viva!...

Tema: A passos largos.
Daisy Zamari
Enviado por Daisy Zamari em 16/02/2021
Alterado em 16/02/2021


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Imagem de cabeçalho: inoc/flickr