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Desculpe o auê--BVIW

Era uma vez uma casa onde vivia uma família barraqueira. Não a que faz barracas e sim a que arma confusão por qualquer coisa. Era um discordar de uma ideia e pronto! Começava um bate boca geral com direito a ofensas e palavras de baixo calão. Casa geminada tem algumas vantagens. Quando a coisa esquentava, o vizinho batia com a vassoura na parede pedindo controle. Davam uma trégua de minutos e recomeçavam em seguida.

Um dia, caiu um temporal daqueles assustadores. Parecia que Deus mandava um recado com autoridade. De repente um raio partiu o telhado ao meio. A tromba d´água invadiu as duas casas. Parecia uma cachoeira em pleno concreto. As famílias se entreolharam e prevaleceu o bom senso. Cada um procurou de alguma maneira dar sua contribuição para sanar aquele imprevisto. A solidariedade prevaleceu. Talvez essa foi a oportunidade dos moradores daquelas duas casas se encontrarem frente a frente. Passado o temporal, trataram de consertar o telhado. Juntos resolveram o grande problema. Aquela união foi como um bálsamo nos corações sensibilizados pelo desastre. Quando tudo ficou arrumado, as famílias fizeram um churrasco de confraternização e os vizinhos passaram a ser mais controlados no dia a dia, respeitando uns aos outros. De agora em diante, as batidas da vassoura na parede, eram para chamar o vizinho para um papo informal com direito a cafezinho com bolinho de chuva, para relembrar que foram abençoados pela água benta que Deus mandou.

Tema: Razão e sensibilidade
Daisy Zamari
Enviado por Daisy Zamari em 26/01/2021
Alterado em 26/01/2021


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Imagem de cabeçalho: inoc/flickr