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Lágrimas espontâneas-BVIW

Hoje pela manhã, como faço todos os dias, fui pegar meu jornal. De cara leio o título da crônica de Inácio de Loyola Brandão: "Cada um tem uma história com Zuza". A minha história com Zuza foi rápida e precisa: uma fã que teve a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, quando do lançamento do seu livro: Copacabana.

Me acostumei ouvir tudo a respeito de Zuza Homem de Mello desde que fazia o programa "Músicas na veia" da rádio Jovem Pan, lá pelos anos 77 a 88. E foi isso que disse à ele na hora de pedir o autógrafo do livro. Imediatamente ele levantou e quis tirar uma foto comigo em agradecimento pela minha atenção e carinho.

Quando soube da sua morte, não consegui segurar as lágrimas... Chorei com sentimento como se fosse um parente próximo. É isso que acontece com as pessoas que se entregam ao público de corpo e alma. Nos apossamos deles como parte das nossas vidas. Por que será que o impacto da morte nos leva a pensar que esses seres especiais são imortais. Na reprise do Roda Viva do dia 10/06/2019, Zuza nos brindou com sua inteligência e conhecimento de tudo que se refere a música. A mim não me cabe descrever seu legado. Só o que me marcou. Zuza dizia que a música é uma viagem pela emoção, é a arte do silêncio. A missão dele era: "Ensinar as pessoas a aprender a ouvir". -Aprendi muito com ele...Amo ouvir música como se fosse um prato que se come devagarinho pelas beiradas, para apreciar cada sabor.
Escolheu terminar sua entrevista no Roda Viva com a frase: "A minha vida não tem rotina". De vez em quando uso seu jargão para justificar meu gosto musical: "Isso é só pra quem tem músicas na veia".

Tema: Por que será.
Daisy Zamari
Enviado por Daisy Zamari em 13/10/2020
Alterado em 13/10/2020


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Imagem de cabeçalho: inoc/flickr