Era pra ser diferente,mas mesmo assim foi um grande aprendizado para ambos os lados.Tudo na vida tem uma saída .Enquanto percorremos o labirinto sinuoso dos pensamentos confusos,fica parecendo impossível de achar a saída,mas ela está ali bem na nossa frente.Foi através de vários cadernos preenchidos de histórias reais ,que aquela avó superou a falta do avô arrebatado pela doença , sem chance de conviver com os netos.

As histórias passadas para os netos atentos e interessados ,eram alegres e pitorescas,aquelas que todas as crianças gostam de ouvir.Os netos amaram o avô sem nunca tê-lo visto pessoalmente.Só em fotografia e através do diário que aquela avó teve o cuidado de escrever nos seus dias de luto.

Costumo dizer que diário é o psicólogo de todas as pessoas e seus problemas diários.Os netos cresceram.A avó relembra com eles os momentos mais marcantes.Na estante da casa ,as crianças hoje moças ,reconhecem os livrinhos de histórias e mesclam as reais com as encantadas.

Diários são registros de muitas fases de vida.No tempo das avós costumava-se passar pelas amigas de classe ,um diário onde cada uma podia deixar escrito uma mensagem ou uma poesia com desenhos e produção de cada imaginação.Até os professores participavam.
Hoje nas redes sociais os registros são imediatos,mas o prazer do manuseio de um diário nunca vai ser substituído pelo virtual.

Particularmente tenho registradas todas as viagens que fiz com meu segundo marido,em pequenas cadernetas que me facilitam reler como livro de cabeceira ,quando a saudade aperta.

P S:Meus netos manifestaram desejo de ter como herança esses cadernos ao invés de bens materiais de grande monta.